segunda-feira, 14 de junho de 2010

Oposição ameaça instaurar CPI


Sob acusação de superfaturamento na compra de enfeites natalinos do projeto Natal Dourado, o secretário de Turismo Cultura e Esporte de Guaporé, Marcio Carpenedo, esclareceu as dúvidas dos vereadores participando da Tribuna do Povo, na última sessão da Câmara, na segunda-feira, dia 7.

De Rocco: Questionou a manutenção dos enfeites. Se ela foi feita pela prefeitura ou pela empresa contratada.

Carpenedo: Disse que no período de setembro e outubro de 2009, o município foi castigado por fortes rajadas de vento e chuvas abundantes. Dessa forma, a decoração natalina, que inicialmente deveria ser distribuída também pela avenida Silvio Sanson, foi concentrada na Praça Vespasiano Corrêa. O trabalho de remanejamento foi feito pela prefeitura, cabendo a empresa contratada apenas a assistência técnica.

Damo: Quis saber qual era a pendência que a prefeitura tinha com a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de 2004.

Carpenedo: Esclareceu dizendo que a pendência ocorreu na 15ª e 16ª Semana Farroupilha, no governo de Fernando Postal. O secretário disse, ainda, que outrora procurou o vereador Eduardo De Rocco, quando este era secretário de Turismo, para que fosse quitada a inadimplência.

De Rocco: “Não estou sabendo de nada senhor secretário. Não recebi nada por escrito, nem de Porto Alegre, nem da Secretaria de Turismo. Com certeza deve estar tudo em dia. Inclusive, acho que o senhor utilizou ele em 2005”, respondeu.

Nereu Tramontina: Disse que quer esquecer a história da LIC por que é passado, mas que em 2005 e 2006, a atual administração, captou recursos para a Semana Farroupilha e, portanto, não houve inadimplência. Afirmou estar desapontado com a explicação do secretário de Turismo. Portando em mãos os documentos comprobatórios da licitação do Natal Dourado, Tramontina criticou a tomada de preços e pediu “O senhor acha justo pagar R$ 21 mil pela guirlanda?”.

Carpenedo: Respondeu fazendo uma analogia. “Como mensurar a arte, vereador Tramontina? Criticou as acusações sem embasamento, pois, segundo ele, nem ao menos foram avaliadas a durabilidade dos materiais, a qualidade e a arte da guirlanda. Numa segunda analogia, comparou o trabalho de Tramontina ao do famoso cirurgião plástico Ivo Pitangui e o seu próprio trabalho ao do conceituado advogado Oswaldo Lia Pires. “Nós pagamos pela arte. Em nenhum momento a Secretaria de Turismo foi questionada a apresentar o que tinha. Nada que foi usado foi do Paraguai e nem lampadinhas do comércio local”, ressalta.

Tramontina: Não engoliu a argumentação do secretário, quando disse que o valor deve ser levado em conta por ser “arte”. Revelou que, a pedido, um comerciante local cotou os valores da guirlanda. Se tivesse sido confeccionada em Guaporé, ela custaria R$ 2,8 mil.

Tigrinho: Antes de fazer seu questionamento, afirmou que confia no trabalho do secretário Márcio Carpenedo. Acredita que se erra tentando acertar e entende que talvez a oposição queira tirar proveito da situação. Solicitou esclarecimentos sobre a LIC e sobre o significado da decoração natalina.

Carpenedo: Reafirmou que a pendência ocorreu na 15ª e 16ª Semana Farroupilha, em 2004. Falou sobre o Natal Dourado. Disse que o projeto inicial ultrapassava R$ 500 mil. “Quanto aos palitos doces, no projeto inicial era para ser uma bengala, mas com um custo muito superior. Fiz questão de vir aqui hoje, por interesse próprio, para que a gente coloque as coisas em seus devidos lugares. Palavras ao vento não fazem parte de um projeto de desenvolvimento. Eu tenho um nome, preservo muito bem isso e faço questão de, sempre que necessário, vir e dar explicações. Dizer e não provar é cabível de contestação, inclusive financeira. É muito fácil dizer um monte de bobagem. Provar é mais difícil”. Conclui dizendo que vai dar andamento ao projeto, pois a administração quer que Guaporé seja lembrada, mas não apenas pelo Morro do Gallon.

Veridiana Tonini: Indagou o secretário e pediu se ele tinha a informação de quem foi o secretário de Turismo em 2004.

Carpenedo: O secretário não soube responder, mas a dúvida não ficou no ar, pois o vereador De Rocco tomou a palavra e admitiu ter sido ele o secretário de turismo na época.

De Rocco: Não gostou dos comentários sobre as “lampadinhas” do Paraguai, e informou ao secretário que os órgãos de fiscalização doam esse material as prefeituras e que, na época em que ele foi secretário, elas foram utilizadas porque não acha correto empregar mal o dinheiro da prefeitura.

Carpenedo: Disse que não quis criticar a atuação do antigo secretário, mas também de outras administrações que usaram essas lâmpadas. Quando precisavam ser retiradas, grande maioria era avariada.

Tramontina: Confessou que o PMDB é o responsável por elaborar e distribuir os panfletos e só o fez, pois o interesse é alertar a população. Espera que o Natal Dourado comece a dar frutos, porque na edição passada só ouviu críticas da população. “Até alguns apelidos, algumas gozações saíram na cidade em relação aos pinheiros”. Disse não entender como foi gasto R$ 107 mil nesse projeto se a administração está sempre dizendo que não tem recursos.

Carpenedo: Falou que esses valores nada o envergonham o incriminam, pois eles estão a disposição da oposição para consulta. Entrou na questão Corpo Clínico e Hospital Manoel Francisco Guerreiro, o elogiou por seu trabalho, mas lamenta a ironia do vereador sobre esse assunto.

De Rocco: Solicitou explicações sobre a mão de obra contratada

Carpenedo: Disse que a empresa contratada veio a Guaporé, ficou hospedada no Hotel Borsatto. Fizeram a instalação, manutenção e a prefeitura disponibilizou máquinas para o acesso a postes e locais de difícil acesso. Finalizou convidando a comunidade a tirar suas dúvidas com a Secretária.

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