sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vila do Crack



Policiais da Delegacia de Polícia de Guaporé, em conjunto com policiais da DP de Serafina Corrêa, prenderam, no dia 9 de junho, dois homens em flagrante por tráfico de drogas, sendo pai e filho, com respectivamente 40 e 21 anos, moradores do bairro Vila Verde, em Guaporé. Durante o cumprimento de mandado de prisão preventiva, os agentes apreenderam, na residência dos indivíduos, crack, cocaína e maconha. Também foi encontrada uma mochila com acessórios para embalar as drogas.
O Informativo Regional conversou com a delegada Alexandra Taube Nunes Ferreira, que explica como aconteceu a prisão e faz um alerta para que a comunidade auxilie na batalha contra as drogas.

Informativo Regional: Como foi realizada a prisão destes dois indivíduos, no Bairro Vila Verde?
Delegada Alexandra Taube Nunes Ferreira: Estamos realizando um trabalho longo. Desde o ano passado recebemos denúncias de que estes dois indivíduos estariam traficando drogas no Vila Verde. Tínhamos várias denúncias, e, com base nessas informações, nós representamos com mandado de busca e apreensão na casa destes indivíduos. De fato, em março deste ano, nós apresentamos mandado nesta residência e localizamos, na ocasião, 20 e tantas pedras de crack prontas para a comercialização e outra pedra maior, que também seria comercializada. Porém, naquela ocasião, nós não encontramos nenhum dos dois indivíduos na casa, naquele momento, então não foram efetuadas prisões.
Continuamos, porém, investigando e coletando informações, inclusive com depoimentos de usuários, que compravaram que, naquele local, eram vendidos crack e maconha. Nós optamos pela prisão preventiva dos dois e por novo ingresso na residência. Então, de fato, nós voltamos à casa, onde, alertados de nossa chegada, os dois indivíduos se desfizeram dos entorpecentes, jogando-os no terreno do vizinho.


IR: No dia 9 de junho, o que foi apreendido na casa destes dois traficantes?

Delegada: Apreendemos pedras de crack fracionadas, prontas para a comercialização. Uma pedra maior, que renderia diversas porções, talvez umas 70, 80 pedras, mais uma bucha grande de cocaína, que renderia diversas buchinhas, e uma porção de maconha. Isso confirmou as denúncias e relatos, de que aí haveria, além de crack, maconha.


IR: O Vila Verde seria hoje o principal ponto de tráfico e consumo de drogas? É o bairro que mais preocupa?

Delegada: Nós na verdade, estivemos um tempo mais preocupados com o Bairro Santo André, depois com o Aparecida, e agora, este local (Vila Verde), especificamente, nos preocupava bastante. Acreditamos que, com o fechamento deste ponto de vendas e esta apreensão, consigamos combater o tráfico, coibir um pouco esta questão que é muito séria e preocupante. Pedimos que a comunidade continue colaborando com a gente, denunciando pontos de venda de drogas, independente do bairro, através do 197. Somente unidos conseguiremos realizar um trabalho cada vez mais efetivo.

IR: Um fato curioso foi a presença, no ponto de tráfico, de material publicitário da campanha “Crack nem pensar”...

Delegada: Muito curioso, inclusive, nós fotografamos isso. Em cada ponto de vendas de crack, nós temos registrado a presença destes cartazes e adesivos, demonstrando o total descaso destes indivíduos com o delito e a gravidade do crime que eles praticam. Inclusive havia adesivos da campanha “Crack nem pensar” na residência destes últimos indivíduos presos, demonstrando descaso com a polícia. Isso é comum e tem chamado nossa atenção.

IR: Hoje, o crack é a droga mais presente em Guaporé?

Delegada: O crack está envolvido em quase todas as nossas apreensões, o que nos preocupa muito. O crack vicia rapidamente, é altamente destrutivo e leva a vários outros delitos, como violência e furtos. Vários usuários estão presos em decorrência destes outros delitos.


Denuncie

Faça parte da rede de combate ao tráfico de drogas. Converse e eduque seus filhos. Denuncie a venda de drogas. Colabore com o trabalho da polícia. Disque Denúncia: 197 ou setor de investigação, (54) 3443.1123. Não é necessário se identificar.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

“Como mensurar a arte?”



A última sessão da Câmara de Vereadores de Guaporé, realizada na segunda-feira, dia 8, foi marcada pela presença do Secretário de Turismo Cultura e Esporte, Marcio Carpenedo. Sob a acusação de superfaturamento na compra da decoração natalina, levantada em outras sessões pelos vereadores Eduardo De Rocco (PMDB), Nereu Tramontina (PMDB) e Ademir Damo (PDT), o secretário foi convidado a esclarecer as curiosidades da população e dos legisladores na Tribuna do Povo.
Carpenedo iniciou dizendo que trabalhou para transformar o Natal Dourado em um projeto de nível estadual. Um projeto de Lei de Incentivo a Cultura foi realizado, mas não teve aprovação, pois havia uma inadimplência oriunda de um antigo evento natalino. “O projeto prevê 52 dias de eventos, com decoração, com festividades”, diz.

 
Quanto e como

De acordo com o secretário, o impasse financeiro foi sanado e ainda neste ano os munícipes poderão conferir as atrações previstas no projeto. Para tanto, foi necessário utilizar recursos próprios – cerca de R$ 107 mil. Após a concepção da ideia, foi elaborado o projeto e cotado os custos com empresas especializadas. “Parte-se do pressuposto que esse tipo de empresa não se encontra na esquina. Empresas que trabalham exclusivamente com o Natal são poucas”, observa. “Insisto na tese de que todos os trâmites legais foram respeitados, todas as empresas que se propuseram a participar foram convidadas e foram através de carta convite, porque são projetos técnicos e atingem a esfera de até R$ 150 mil”, destaca.

Licitação


Na ocasião, o vereador Tramontina questionou o secretário sobre um documento, que tinha em mãos, e que comprova a criação de uma comissão de licitação assinada por membros da administração municipal. “Vocês tem ideia das empresas que participaram e dos valores que elas colocaram nessa licitação? O senhor acha justo pagar R$ 21 mil por uma guirlanda?”, questionou.
Carpenedo respondeu: “como mensurar a arte? Foi feita uma análise do que constava nessa guirlanda, tempo de durabilidade, quanto vale a arte dessa guirlanda?”, e, fazendo uma segunda analogia, perguntou ao vereador: “É mais barata uma cirurgia plástica com o senhor ou com o Ivo Pitangui? Nós pagamos pela arte”.

O Estado é laico

Consultado, o promotor de Justiça de Guaporé, Cláudio da Silva Leiria, esclareceu ao Informativo Regional algumas questões pertinentes ao tema. A lei de licitações 8.666 de junho de 1993, artigo 23, inciso I, alínea A, designa o valor máximo de R$ 150 mil para licitações que envolvam obras e serviços de engenharia. No entanto, na mesma lei, o artigo 23, inciso II, alínea A, permite que as prefeituras façam compras e contratem prestadoras de serviço desde que não ultrapasse R$ 80 mil, através de carta convite, sem que para isso haja licitação. “Essa questão é passível de contestação, pois o Estado é laico (sem religião). A religião é individual e o município não deveria promover ou incentivar festas religiosas. Isso é discriminatório”, afirma Leiria.


CPI
 
Em diversas oportunidades os vereadores de oposição ameaçaram instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). De acordo com o promotor, para tanto, seria necessário provar que o dinheiro público foi mal empregado, se foi realizada tomada de preço, se respeitou as leis, quanto foi pago pela mão de obra e se esses valores condizem com a realidade. “Trabalhei muito com licitações na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Não se pode comprar nada às cegas”, conclui Leiria.

 
Valores do Natal Dourado

 
Laço Casa da Cultura
Material: R$ 14.200 mil
Mão de obras: R$ 7.526 mil
Total: R$ 21.726 mil


 
Árvore de Natal (enfeites)
Material: R$ 6.310 mil
Mão de obra: R$ 3.344,30 mil
Total: R$ 9.654,30 mil

 
Guirlanda prefeitura
Material: R$ 13.990 mil
Mão de obra: R$ 7.414,70 mil
Total: R$ 21.404,70 mil

Casa do Papai Noel
Total: R$ 27.500 mil



25 palitos doces (tubos de PVC de 2,5 metros x 30 centímetros de espessura)
R$ 18.666 mil ou R$ 746,64 cada

Oposição ameaça instaurar CPI


Sob acusação de superfaturamento na compra de enfeites natalinos do projeto Natal Dourado, o secretário de Turismo Cultura e Esporte de Guaporé, Marcio Carpenedo, esclareceu as dúvidas dos vereadores participando da Tribuna do Povo, na última sessão da Câmara, na segunda-feira, dia 7.

De Rocco: Questionou a manutenção dos enfeites. Se ela foi feita pela prefeitura ou pela empresa contratada.

Carpenedo: Disse que no período de setembro e outubro de 2009, o município foi castigado por fortes rajadas de vento e chuvas abundantes. Dessa forma, a decoração natalina, que inicialmente deveria ser distribuída também pela avenida Silvio Sanson, foi concentrada na Praça Vespasiano Corrêa. O trabalho de remanejamento foi feito pela prefeitura, cabendo a empresa contratada apenas a assistência técnica.

Damo: Quis saber qual era a pendência que a prefeitura tinha com a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de 2004.

Carpenedo: Esclareceu dizendo que a pendência ocorreu na 15ª e 16ª Semana Farroupilha, no governo de Fernando Postal. O secretário disse, ainda, que outrora procurou o vereador Eduardo De Rocco, quando este era secretário de Turismo, para que fosse quitada a inadimplência.

De Rocco: “Não estou sabendo de nada senhor secretário. Não recebi nada por escrito, nem de Porto Alegre, nem da Secretaria de Turismo. Com certeza deve estar tudo em dia. Inclusive, acho que o senhor utilizou ele em 2005”, respondeu.

Nereu Tramontina: Disse que quer esquecer a história da LIC por que é passado, mas que em 2005 e 2006, a atual administração, captou recursos para a Semana Farroupilha e, portanto, não houve inadimplência. Afirmou estar desapontado com a explicação do secretário de Turismo. Portando em mãos os documentos comprobatórios da licitação do Natal Dourado, Tramontina criticou a tomada de preços e pediu “O senhor acha justo pagar R$ 21 mil pela guirlanda?”.

Carpenedo: Respondeu fazendo uma analogia. “Como mensurar a arte, vereador Tramontina? Criticou as acusações sem embasamento, pois, segundo ele, nem ao menos foram avaliadas a durabilidade dos materiais, a qualidade e a arte da guirlanda. Numa segunda analogia, comparou o trabalho de Tramontina ao do famoso cirurgião plástico Ivo Pitangui e o seu próprio trabalho ao do conceituado advogado Oswaldo Lia Pires. “Nós pagamos pela arte. Em nenhum momento a Secretaria de Turismo foi questionada a apresentar o que tinha. Nada que foi usado foi do Paraguai e nem lampadinhas do comércio local”, ressalta.

Tramontina: Não engoliu a argumentação do secretário, quando disse que o valor deve ser levado em conta por ser “arte”. Revelou que, a pedido, um comerciante local cotou os valores da guirlanda. Se tivesse sido confeccionada em Guaporé, ela custaria R$ 2,8 mil.

Tigrinho: Antes de fazer seu questionamento, afirmou que confia no trabalho do secretário Márcio Carpenedo. Acredita que se erra tentando acertar e entende que talvez a oposição queira tirar proveito da situação. Solicitou esclarecimentos sobre a LIC e sobre o significado da decoração natalina.

Carpenedo: Reafirmou que a pendência ocorreu na 15ª e 16ª Semana Farroupilha, em 2004. Falou sobre o Natal Dourado. Disse que o projeto inicial ultrapassava R$ 500 mil. “Quanto aos palitos doces, no projeto inicial era para ser uma bengala, mas com um custo muito superior. Fiz questão de vir aqui hoje, por interesse próprio, para que a gente coloque as coisas em seus devidos lugares. Palavras ao vento não fazem parte de um projeto de desenvolvimento. Eu tenho um nome, preservo muito bem isso e faço questão de, sempre que necessário, vir e dar explicações. Dizer e não provar é cabível de contestação, inclusive financeira. É muito fácil dizer um monte de bobagem. Provar é mais difícil”. Conclui dizendo que vai dar andamento ao projeto, pois a administração quer que Guaporé seja lembrada, mas não apenas pelo Morro do Gallon.

Veridiana Tonini: Indagou o secretário e pediu se ele tinha a informação de quem foi o secretário de Turismo em 2004.

Carpenedo: O secretário não soube responder, mas a dúvida não ficou no ar, pois o vereador De Rocco tomou a palavra e admitiu ter sido ele o secretário de turismo na época.

De Rocco: Não gostou dos comentários sobre as “lampadinhas” do Paraguai, e informou ao secretário que os órgãos de fiscalização doam esse material as prefeituras e que, na época em que ele foi secretário, elas foram utilizadas porque não acha correto empregar mal o dinheiro da prefeitura.

Carpenedo: Disse que não quis criticar a atuação do antigo secretário, mas também de outras administrações que usaram essas lâmpadas. Quando precisavam ser retiradas, grande maioria era avariada.

Tramontina: Confessou que o PMDB é o responsável por elaborar e distribuir os panfletos e só o fez, pois o interesse é alertar a população. Espera que o Natal Dourado comece a dar frutos, porque na edição passada só ouviu críticas da população. “Até alguns apelidos, algumas gozações saíram na cidade em relação aos pinheiros”. Disse não entender como foi gasto R$ 107 mil nesse projeto se a administração está sempre dizendo que não tem recursos.

Carpenedo: Falou que esses valores nada o envergonham o incriminam, pois eles estão a disposição da oposição para consulta. Entrou na questão Corpo Clínico e Hospital Manoel Francisco Guerreiro, o elogiou por seu trabalho, mas lamenta a ironia do vereador sobre esse assunto.

De Rocco: Solicitou explicações sobre a mão de obra contratada

Carpenedo: Disse que a empresa contratada veio a Guaporé, ficou hospedada no Hotel Borsatto. Fizeram a instalação, manutenção e a prefeitura disponibilizou máquinas para o acesso a postes e locais de difícil acesso. Finalizou convidando a comunidade a tirar suas dúvidas com a Secretária.

O amor está no ar

Lojas, fábricas, restaurantes, motéis, floriculturas, enfim, toda a rede de comércio e serviços prepara-se para celebrar o Dia dos Namorados com opções diferentes e, claro, movimentação da economia local. A idústria da lingerie comemora uma data que, em termos de vendas, pode ser comparada ao Natal, ou o Dia das Mães.
A Rosa Choque, por exemplo, reforçou sua linha sensual. “É engraçado observarmos, que, na hora da compra, os homens optam por conjuntos bem diferentes dos que as mulheres costumam comprar. Os maridos e namorados, de cara, compram peças mais ousadas, de renda, apostam no fio dental, e compram conjuntos com cores mais chamativas, como vermelho, a cor da paixão.”- destaca Lérida, que aguarda com expectativa o aumento de vendas.
A Duélle é outra empresa que comemora a chegada do 12 de junho. A consultora de vendas Cris Previatti, afirma que a expectativa é grande. “Preparamos presentes especiais, e apostamos em um crescimento de 30% nas vendas nesta data, que consideramos ser a segunda melhor do ano.”

A dois

De um modo geral, a rede de motéis fica congestionada no Dia dos Namorados. Em Guaporé e Serafina Corrêa, por exemplo, a lotação é garantida. Um dos motéis da cidade registrou “fila”, no ano passado. Vale tudo para encontrar um cantinho romântico e privado para celebrar o amor.
Outra opção é um jantar romântico. Por isso, a rede de restaurantes promove noites diferenciadas. Como é o caso da Pizzaria Sapore Sublime, que oferece jantar à luz de velas.
Não importa o programa, o presente, o local de comemoração, o importante, neste dia 12 de junho, é demonstrar todo o amor a quem você ama.

Presentes mais comuns

A Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial para o Dia dos Namorados 2010, aponta que o celular será o presente mais ofertado na data, de acordo com 25% dos entrevistados. Na sequência estão roupas, sapatos e acessórios, para 22%, perfumaria e cosméticos para 19%, flores para 15%, chocolates e doces para 5%, joias e relógios para 5% e eletrônicos para 4%. Com menor participação aparecem eletrodomésticos (1%), CDs, livros e DVDs (1%), decoração e artigos para casa (1%) e outros (2%).
No Dia dos Namorados 2009, os presentes mais comprados foram celular (25%), roupas, sapatos e acessórios (24%), flores (18%), perfumaria e cosméticos (13%), chocolates e doces (6%), jóias e relógios (3%) e eletrônicos (3%). Apareceram também CDs, livros e DVDs com 2%, e outros (6%).
Com relação à forma de pagamento dos presentes, a pesquisa mostra que 51% das vendas para o Dia dos namorados 2010 serão à vista e 49% a prazo. Na mesma data de 2009, 52% das vendas foram à vista e 48% a prazo.

Porque 12 de junho?

O Dia dos Namorados, em diversos países, é comemorado em 14 de fevereiro. O dia da festa se transformou no dia dos namorados, nos EUA e na Europa, o Valentine’s Day, 14 de fevereiro, em homenagem ao Padre Valentine. Em 270 A.C., o bispo romano Valentino desafiou o imperador Claudius II que proibia que se realizasse o matrimônio em períodos de guerra e continuou a promover casamentos. Ele foi preso e executado. No Brasil, uma das versões mais reverenciadas para a comemoração acontecer em 12 de junho, é o fato da data ser a véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

1/2 Ambiente, 1/2 pensante



Eu tenho um sério problema de nervos. Quando fico p...da vida com alguma coisa, malditas espinhas pipocam no meu rosto e, na última semana, eu parecia mais um abacaxi do que a Priscila. Vejam o por que:

Ridículo

Chegou aos meus ouvidos que um educador (a) estaria tentando identificar alunos, na capa do jornal, na fotografia que utilizamos para ilustrar a matéria sobre aliciamento de menores, com segundas intenções. Mas será que não tem nada mais importante para fazer do que querer tirar vantagem em cima dos outros? Se não, lá vai a dica: aconselhe alunas a se valorizarem mais, a não aceitar ser um oco objeto de desejo e a entender que o corpo é o nosso bem mais precioso...nosso santuário.

Coleta Seletiva

Dias atrás, coloquei na redação do jornal uma lixeira com os dizeres “lixo orgânico”. Não entendi porque a ideia não pegou, afinal, na mesma sala havia outro lixo, só que para o material reciclável. No final do dia, quando eu trocava o saco de lixo, além de casca de fruta, eu encontrava copinhos de café, plásticos e papéis. Dei uma bronca nos colegas, mas, mesmo assim, nada mudou. Daí, esses dias atrás, descobri que de nada adiantava os meus esforços para separar o lixo, porque Guaporé não possui coleta seletiva. Fiquei profundamente decepcionada e pensei “nem tudo o que brilha é ouro”. Guaporé é uma cidade linda, pujante, só falta ter consciência ecológica.
Você pode até pensar que o problema não é seu, que é da prefeitura, mas não é. Daqui a alguns anos o governo troca e novas caras aparecerão, mas, se cada um não souber qual é o seu papel no mundo, quando Guaporé terá políticos, empresários e cidadãos conscientes, que finalmente entendam que o Planeta não foi feito para o seu exclusivo deleite? Se você separa o lixo e respeita o meio ambiente, desculpe-me pela bronca. Sei que tem muitos guaporenses que utilizam o lixo orgânico na horta caseira. Parabéns, você faz a sua parte!

Lixo

Já que entrei no tema “lixo”, tenho que dizer que concordo com os vereadores De Rocco e Veridiana quando delegam a responsabilidade a educação. Quando criança minha mãe me obrigava a segurar na mão o papel de bala até encontrar uma lixeira para só então descartá-lo. Essa lembrança ficou gravada em minha mente e sei que nunca irei jogar nada no chão, pois meus pais souberam me educar para o mundo. Você fez ou faz isso com seu filho? Pense!
E, gurizada, aproveite que está na moda preservar o meio ambiente e mostre para a galera que você “é o cara”. Na Praça Central há lixeiras, mas, mesmo se não tivesse, nada justifica o lixo no chão e na frente de lojas. Se um dia você forem donos de estabelecimentos no Centro de Guaporé, vão batalhar pela mesma causa.

Passa e repassa

Essa foi a campeã: é o passa-passa-ligação da prefeitura. Para saber quem é que se responsabilizava pelo lixo dos baderneiros nos fins de semana, minha ligação foi, no primeiro dia, transferida mais de quatro vezes, e acabei sem resposta. No segundo dia, depois de ter falado com três pessoas diferentes, inclusive da área da saúde, consegui finalmente entrevistar a fonte. Ufa!

sexta-feira, 4 de junho de 2010


Você sabe quanto lixo produz diariamente? Essa é uma pergunta que pouco se discute, pelo menos em Guaporé, onde não há coleta seletiva de resíduos e onde, em pleno 2010, ainda não há uma Secretaria de Meio Ambiente. Pouco mais de um quilo. Sim, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o brasileiro produz, aproximadamente, 1,152 quilo de lixo diariamente.
Um estudo realizado em 364 cidades mostra que o país já se aproxima dos Estados Unidos, o campeão na produção de lixo. O brasileiro já produz a mesma quantidade de lixo que um europeu. O fortalecimento da economia está deixando os brasileiros cada vez mais confiantes e fazendo com que o poder de compra aumente, gerando, assim, cada vez mais lixo inorgânico, como embalagens, ao mesmo tempo em que a implantação de programas de coleta seletiva e os níveis de reciclagem não crescem no mesmo ritmo.
Longe de ser a cidade mais populosa, Brasília, no entanto, é a campeã em produção de lixo, com 1,698 quilo de resíduos coletados por dia, seguida do Rio, com 1,617 quilo/dia, e São Paulo, com 1,259 quilo/dia.
Em 2009, o volume de lixo cresceu 7,7% no Brasil. Foram 182 mil toneladas/dia geradas, ante 169 mil toneladas/dia no ano anterior. Os dados fazem parte do estudo "Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2009", realizado pela Fiesp.

Municípios sem coleta seletiva

O grande problema enfrentado pelo país é que muitas cidades brasileiras não fazem a coleta seletiva. Segundo o estudo, a geração de resíduos cresceu 7,7% entre 2008 e 2009, o número de municípios com iniciativas de coleta seletiva avançou apenas 1,2% no período. Em 2008, 55,9% das cidades brasileiras tinham programas. Em 2009, eram 56,6%.
Em Guaporé, o tema lixo ainda é visto como um problema sem solução, já que é apenas coletado, sem a preocupação da separação correta de materiais orgânicos e inorgânicos. De acordo com o Departamento de Meio Ambiente, a coleta acontece todos os dias, mas em áreas diferentes do município. O lixo é encaminhado ao transbordo, localizado no distrito Colombo e, a cada dois dias, a empresa Conesul, licitada para fazer a coleta, encaminha o lixo dos guaporenses para Minas do Leão, a 193 quilômetros de Guaporé.

Renda alternativa

A Câmara dos Deputados aprovou, em maio, o projeto de lei 203/91, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e impõe obrigações aos empresários, aos governos e aos cidadãos no gerenciamento dos resíduos.
As empresas de limpeza urbana deverão dar prioridade ao trabalho de cooperativas de catadores formadas por pessoas de baixa renda.
Os municípios que implantarem a coleta com a participação de associações e cooperativas de catadores terão prioridade no acesso a recursos da União em linhas de crédito, no âmbito do plano nacional de resíduos.

Empresas precisarão ter planos de gerenciamento

Diversos segmentos da economia estarão sujeitos à elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, segundo prevê o projeto de lei 203/91. Entre eles, os setores de saneamento básico; de resíduos industriais, de serviços de saúde e de mineração; empresas de construção civil; e responsáveis por portos, aeroportos e terminais rodoviários.
O plano deverá conter um diagnóstico dos resíduos gerados ou administrados, a definição dos procedimentos sob responsabilidade do gerador dos resíduos; metas para diminuir a geração desses materiais e medidas corretivas de danos ambientais.
Esse plano será considerado parte integrante do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos. A contratação de prestadores de serviços de coleta, armazenamento, transporte ou tratamento dos resíduos não isentará aqueles que os geraram da responsabilidade por danos provocados pelo seu gerenciamento inadequado.

Uma questão de educação

A responsabilidade sobre o destino correto do lixo produzido por cada cidadão não deve ficar apenas nas mãos da prefeitura ou dos governos estadual e federal. Todos devem fazer a sua parte.
Na sessão da Câmara dos Vereadores, realizada no dia 24 de Maio, os vereadores Eduardo De Rocco e Veridiana Tonini levantaram a questão do lixo produzido pela juventude guaporense que se reúne nos fins de semana no Centro, em especial, na avenida Monsenhor Scalabrini.
Na manhã de segunda-feira, dia 31 de maio, o desrespeito com o bem comum, a falta de educação e de consciência ecológica eram vistos pela Praça Central e enfrente as lojas. “Toda segunda-feira é a mesma coisa. Eles não sabem se divertir sem deixar um rastro de lixo, de copos e latas de cerveja”, afirma a empregada doméstica de uma loja em frente à Praça Central.
Poucos metros adiante, outra cena vergonhosa em frente à Loja Maróstica. De acordo com a proprietária, são sempre as mesmas pessoas que sentam em frente ao seu estabelecimento e, quando vão embora, não são capazes de recolher sacos de salgadinho, pipoca e latas de refrigerante. “Estava pensando em colocar uma placa dizendo ‘Façam isso na frente da casa de vocês’”, desabafa.

Mentalidade

Questionados sobre os motivos de jogar o lixo no chão, um rapaz que foi flagrado pelo Informativo Regional, respondeu ironicamente. “Mas, amanhã de manhã, os garis passam por aqui e recolhem”. A opinião foi motivo de gargalhada entre os amigos do jovem, que, assim como ele, também jogavam latas na calçada. “Se a gente não poluir, vamos tirar o emprego de um monte de gente”, diz.
Em frente aos bares e boates, a situação é ainda pior. As garrafas “long neck” são deixadas em qualquer canto e muitas vezes são quebradas propositalmente. Alguns jovens abordados reclamaram da falta de lixeiras em frente aos estabelecimentos e, realmente, a equipe de reportagem do IR avistou apenas um ponto de coleta em frente a um dos bares.

Fiscalização

De acordo com o Setor de Fiscalização, a prefeitura faz a sua parte através de campanhas de conscientização ecológica e ambiental nas escolas e na Praça Central, nos fins de semana. O setor elaborou folhetos explicativos que são distribuídos a população, mas, infelizmente, o projeto surtiu pouco efeito.

(fontes: www2.camara.gov.br; www.jornaldaciencia.org.br)