quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tijolos, argamassa e modernidade: Guaporé vive um bom momento na construção civil



Pare e olhe ao seu redor. Impossível não perceber a grande quantidade de construções que surgem por todos os lados. O centro de Guaporé, em uma década, sofreu grandes modificações na área da construção civil. Prédios residenciais e comerciais surgem nos arredores, e antigas casas cedem espaço aos imóveis contemporâneos e inovadores. Construir é a coqueluche do momento e demonstra, além de bom gosto, o poder aquisitivo elevado da economia guaporense.

O fenômeno pós Plano Diretor

O Plano Diretor Municipal foi amplamente debatido e discutido, antes de ser aprovado como o divisor de águas entre a Guaporé do passado e a do futuro. Esta lei que rege o desenvolvimento da cidade visa preservar o patrimônio histórico e promover um desenvolvimento sustentável e coordenado. Após sua vigência em 2007, os construtores da cidade viram-se cercados de muitas regras limitadoras.
André Melati, arquiteto e urbanista, que atuou fortemente na elaboração do Plano Diretor, afirma que o Centro não será mais tomado por grandes edifícios. Há, na área central, a limitação de no máximo seis pavimentos. Os dois primeiros, considerados base, podem ocupar até 90% do terreno. Já na torre do edifício, ou seja, a partir do 3° andar, o máximo de ocupação de espaço é de 75%. É reservado o recuo para que não se veja mais construções coladas umas às outras, sem ventilação ou sem espaço para incidência solar.
Cada região possui regras próprias, e uma série de pequenos detalhes que precisam ser respeitados. Assegurar vagas para estacionamento também está previsto em lei para quem quer construir. O objetivo é manter a cidade com uma arquitetura, além de bela, funcional e respeitando os direitos da coletividade.

O “boom” das obras



Desde a mudança do Plano Diretor, em 2006, as obras são cada vez mais numerosas. Após a entrada em vigor das novas regras, os guaporenses estão investindo mais em tijolos e argamassa. Marília Casagrande de Almeida, do setor de Fiscalização da prefeitura, apresenta um demonstrativo do número de projetos aprovados na área da construção civil em Guaporé.
Os 81 projetos de 2010, correspondem a 20 mil 687 metros quadrados de área construída. Marília destaca também que de quatro anos para cá, 40% dos projetos aprovados foram concluídos, estando os outros ainda em fase de execução.
Até o final do ano, dos projetos encaminhados, muitos eram prédios residenciais, ou seja, correspondiam a um projeto apenas, mas disponibilizavam diversos pontos de residência. Marília destaca que contemplam um total de 732 moradias. “Só para exemplificar, há seis projetos, que juntos, irão construir 60 casas”, afirma a fiscal. Marília afirma, ainda, que grande parte dos pedidos de aprovação são de projetos horizontais.

Beleza em evidência

Quem passeia pelos bairros, nas proximidades do Seminário São Carlos e no Loteamento da Mecânica Serafina, se encanta com o luxo e a beleza das residências em construção. Áreas antes praticamente desertas, hoje ganham condomínios e vizinhanças nobres, com projetos luxuosos e que demonstram também o poder aquisitivo de seus proprietários. Além da arquitetura moderna, o investimento em áreas de lazer, piscinas, jardins e cercamentos imponentes, também chamam a atenção.

O outro lado

Por outro lado, a Secretaria de Habitação de Guaporé, coordenada pela secretária Andréia Caron, preocupa-se com a questão casa própria. Cresce dia após dia o número de pessoas que integra as listas sociais de pedidos de auxílio moradia, casa e terrenos, pelos programas disponibilizados pelo governo. Nos bairros mais pobres, em áreas como Vila Verde e margeando o Arroio Barracão, nas proximidades do Britador Municipal, percebe-se muita precariedade e moradias em péssimas condições
A situação de Guaporé não é alarmante, e não são registradas pessoas morando debaixo de pontes, dormindo nas ruas. Porém, já há uma necessidade de políticas eficazes para garantir um teto digno aos mais necessitados.


    Cresce o número de pessoas que integram as listas sociais da prefeitura, pedindo auxílio moradia


Aluguéis

Mesmo com os prédios residenciais e comerciais que estão em fase final, ou foram concluídos, ainda assim há um déficit em alguns setores. De acordo com o corretor de imóveis Vilson Ricardo Gallina, é muito difícil alugar, nos dias de hoje, apartamentos de um ou dois dormitórios. “Há uma demanda muito grande por apartamentos pequenos e funcionais, já que muitas pessoas estão morando em Guaporé em virtude das oportunidades de emprego, e são solteiros ou moram sozinhos”, salienta.
Há também procura por casas e por salas comerciais. Em alguns locais os aluguéis chegam a preços bastante elevados. A média do preço de aluguel residencial é de R$ 500. Na área comercial, a média é de R$ 1.000. Um comerciante da cidade afirma pagar R$ 3.000 por aluguel em sala comercial central, recém concluída.

Projetos aprovados


2006- 173
2007- 189
2008- 190
2009- 212
2010 - 81

*projetos aprovados até 12 de maio

Após a entrada em vigor das novas regras, os guaporenses
estão investindo mais em tijolos e argamassa

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